Reflexões sobre a fotografia documental, confira como foi a palestra de Ronaldo Entler.

Fotos: Gustavo Moreno

No Festival Mês da Fotografia, Ronaldo Entler desmistifica e esclarece a relevância da fotografia documental.

No dia 19 de agosto, o Festival recebeu Ronaldo Entler. Um pesquisador e crítico de fotografia, graduado em Jornalismo pela PUC-SP, mestre em Multimeios e pós-doutor em Cinema. Além dessas realizações, Ronaldo também é professor nos cursos de Comunicação e Artes da FAAP. Marcou a sua trajetória pela editora do site Icônica de 2009 a 2018, pela coluna na Revista Zum do IMS e pela autoria do livro “Diante da Sombra” (Confraria do Vento, 2018).

Na palestra, Entler destaca as complexidades éticas que cercam a imagem documental na era contemporânea. Com a rápida evolução das ferramentas tecnológicas, a fotografia documental enfrenta desafios significativos, muitos deles provenientes da falta de entendimento acerca do que foi registrado por um celular, câmera de segurança ou inteligências artificiais e o que foi feito por um fotógrafo. No entanto, ele enfatiza que, independentemente da fonte da imagem, a fotografia também carrega consigo o potencial de propagar momentos delicados. Assim, ele chama atenção para a reflexão sobre as questões éticas que circundam a prática documental.

Ronaldo explora não apenas a relevância do fotojornalismo, mas também os processos intrínsecos que dão vida a essas fotografias. Ele reforça a importância de apresentar as imagens em conjunto com um contexto histórico, detalhes técnicos e narrativas. Essa abordagem, segundo ele, reforça a intenção do fotógrafo, diferenciando um trabalho genuíno de uma simples captura produzida por dispositivos móveis ou inteligência artificial. Dessa forma, Ronaldo salienta o valor intrínseco do olhar humano na criação artística.

Distanciando-se da noção simplista de que a fotografia documental é uma representação puramente verdadeira da realidade, Ele reconhece que, enquanto a fotografia documental tem o poder de retratar momentos históricos e verdades que devem ser preservadas, essas imagens também são moldadas pela subjetividade do fotógrafo. Cada fotografia é uma visão do mundo filtrada pela perspectiva única de quem a captura.

Ronaldo Entler expressa gratidão pela oportunidade de contribuir para o Festival Mês da Fotografia e aproveita para reconhecer a dedicação das pessoas por trás das lentes. Ele homenageia os fotógrafos e artistas que canalizam seu conhecimento e sensibilidade para criar imagens que informam, emocionam e perpetuam a riqueza da diversidade humana.

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