O Festival Mês da Fotografia preparou uma programação especial para comemorar o Dia Mundial da Fotografia. Ontem, dia 19 de agosto, na parte da manhã, as atividades se concentraram no Museu da República, com uma palestra sobre “Questões Éticas em torno da Imagem Documental”, no auditório ao lado da galeria I, com o pesquisador e crítico de fotografia Ronaldo Entler. Formado em jornalismo na PUC, em São Paulo, Entler é mestre em Multimeios (IA-Unicamp), doutor em Artes (ECA-USP), pós-doutor em Cinema (IA-Unicamp) e professor nos cursos de Comunicação e de Artes da FAAP (SP). Foi editor do site Icônica (2009-2018), é colunista da Revista Zum, do IMS, e autor do livro Diante da Sombra (Confraria do Vento, 2018). Entre outros temas, Ronaldo tratou da questão de manipulação de imagens, fotos icônicas que até hoje causam polêmica sobre se houve ou não direção do fotógrafo no ato do clique. O assunto do momento, a Inteligência Artificial, não podia ficar de fora e levantou questões pertinentes sobre como pode afetar a profissão do fotógrafo.
Paralelamente à palestra, atividades especiais para PcD- pessoas com deficiência- eram realizadas na galeria I. Contação de história com Dinorá Couto e, na sequência, o público foi convidado para uma visita guiada com Bárbara Barbosa pela VIII Exposição Coletiva.
Também teve palestra com Carlos Gandara, com o tema “Fotoclubismo: Uma ótima opção para os apaixonados por Fotografia”. Ele mesmo, que se denomina um “talentoso fotógrafo amador”, já foi ex-presidente do Clube do Fotógrafo de Caxias do Sul e atualmente está na presidência da Confederação Brasileira de Fotografia – Confoto e associado à Federação Internacional de Arte Fotográfica e Sociedade Americana de Fotografia. Segundo Gandara, o Fotoclubismo deixou de ser um espaço só para fotógrafos amadores e passou a ser um espaço para um público apaixonado pela fotografia.
A Feira “Filme Queimado”, que celebra a fotografia analógica, também marcou presença no Festival com um espaço montado embaixo da rampa do museu, com preciosidades para os amantes da fotografia. Em uma onda nostálgica, os visitantes puderam conferir câmeras, lentes, livros, revistas e acessórios, entre outros materiais da fotografia analógica, que continua atraindo um público que não abre mão da fotografia raiz.
No Pavilhão o movimento foi intenso e no final da tarde o ritmo do grupo Batukenjê ecoou forte e fez o chamamento para o público seguir em um cortejo até a cúpula do Museu que, mais uma vez, ganhou cores com duas horas de projeção mapeada com cerca de 150 fotos. O clima de festa contou o DJ Ops nas pick ups.
O tema “Reencontros e suas Possibilidades”, escolhido para edição 2023, se adequou perfeitamente na comemoração que o Festival Mês da Fotografia preparou para o público brasiliense. Um evento, que se consolida cada vez mais no calendário cultural da cidade. E Viva a fotografia.
Confira mais fotos dessa matéria no Flickr do Festival.