Pavilhão Espaço da Fotografia é palco da entrega dos prêmios do Festival Mês da Fotografia

Foto: Luis Nova

O vencedor do Prêmio Aquisição do Museu Nacional da República foi para o ensaio “Orla”, do carioca Francisco de Souza

 As duas grandes novidades da edição 2023 do Festival Mês da Fotografia, que teve como tema “Reencontros e suas Possibilidades”, foram o Prêmio Aquisição do Museu da República, no valor de R$ 10 mil reais e o Pavilhão da Fotografia. Um espaço montado na área externa do museu com uma programação diversa e democrática com palestras, workshops, cursos, galerias locais expondo e comercializando seus produtos e um espaço para pocket shows com artistas locais. A programação gratuita acontece até domingo (20) das 15h às 21h.

Foto: Luis Nova

Nesta quarta-feira (16), o Pavilhão serviu de palco para a entrega do Prêmio Aquisição do Museu para o ensaio fotográfico realizado por Francisco de Souza, que explora o sentimento de pertencimento, o desejo e o potencial das comunidades periféricas em ocupar a área nobre do Rio de Janeiro. A cerimônia contou com a presença do Secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Claudio Abrantes, que já conhece o projeto desde quando era deputado distrital. “ Eu acompanho o Festival há mais de dez anos e fico feliz de ver como o evento rendeu frutos e hoje estamos aqui , no Pavilhão da Fotografia, para a premiação desses profissionais de diferentes partes do Brasil”, declarou Abrantes que fez a entrega do cheque simbólico no valor de R$ 10 mil reais do Prêmio Aquisição do Museu da República, junto com a diretora do Museu Sara Seilert.“Foi emocionante saber que ganhei esse prêmio, porque esse projeto foi idealizado com muito carinho e, de certa forma, me representa como ser humano”, afirma Francisco que vem de uma família de fotógrafos e trabalha na profissão desde os 27 anos. A grande coincidência é que Francisco fez questão de estar em Brasília, no último dia 3 de agosto na abertura do Festival, para conferir de perto suas fotos projetadas na cúpula do museu. “Foi muito massa quando as imagens foram projetadas na parte externa do museu. Vê-las no cenário da capital foi um momento único”, afirma ele que, na ocasião, nem imaginava que voltaria em tão pouco tempo para receber o grande prêmio do evento.

A escolha do ensaio vencedor coube à curadora da VIII Exposição Coletiva, Denise Camargo, artista visual e pesquisadora do programa de pós-graduação em Artes Visuais da Universidade de Brasília, em conjunto com uma equipe do Museu. “O prêmio é uma ótima forma de enriquecer o acervo do Museu Nacional da República, que já conta com mais de 1.400 obras. O ensaio fotográfico escolhido por uma comissão especializada ajuda a coletivizar o debate sobre a construção de acervos públicos e, sendo um museu de arte um espaço de discussão de narrativas da história e visibilidade, é importante pensar um acervo plural e diverso”, afirma Sara Seilert, diretora do Museu da República.

O que a princípio ficaria restrito a um único prêmio acabou sendo ampliando para mais quatro categorias, no valor de R$ 2 mil reais para cada vencedor. Para o idealizador e diretor executivo do Festival Mês da Fotografia, Eraldo Peres, o evento deste ano bateu recorde, com mais de mil inscrições do Brasil e do exterior e a criação de mais quatro premiações foi uma decisão natural. “Além de ser um reconhecimento aos trabalhos inscritos essa premiação é muito significativa, e coloca o Festival em outro patamar junto com outros festivais realizados no Brasil”, afirma Peres, que contou o apoio do FAC, patrocinador do evento, para que essa readequação orçamentária fosse possível.

O prêmio para melhor ensaio ficou para Priscilla Bruhr, de Pernambuco, com “Não Reagente”, um trabalho que transita pelo tema da maternidade, mas também trata da impossibilidade de gestar de algumas mulheres. O ensaio foi feito em 2015 e foi exposto em março deste ano, em Recife e vai virar um fotolivro em 2024. “A premiação deu uma energia diferente para esse projeto, que na minha cabeça, estava fechando um ciclo. Com o prêmio abriu-se um novo espaço para “Não Reagente”, afirmou Bruhr. Na categoria individual, venceu a carioca Tete Silva, com uma foto que mostra o mergulho da garotada da região da Pequena África, localizada na Praça Mauá (RJ), no dia 2 de fevereiro, quando a fotógrafa captou o momento em que as crianças se misturam as oferendas feitas para Iemanjá, em um mergulho no mar. “Fiquei muito surpresa por ganhar o primeiro prêmio da minha vida e espero que venham outros”, disse Tete. A alagoana Nathália Feitosa, que está morando em Brasília há apenas dez meses, onde está fazendo mestrado de designer na UnB, Universidade de Brasília. “Vou usar o dinheiro do prêmio para ajudar na compra de uma câmera profissional de fotografia”, afirmou ela. Maria Paula Vieira, de São Paulo ficou com o prêmio na categoria inclusiva com a foto “Criar Raízes”. Em sua primeira visita à capital federal,  ela pretende aproveitar ao máximo a programação do Festival .”Vou voltar ao Pavilhão da Fotografia e visitar aproveitar para conhecer melhor a cidade”, disse ela que ficou bastante feliz com o reconhecimento.

Para quem quiser conferir as fotos premiadas da VIII Exposição Coletiva, a mostra fica aberta ao público até o dia 10 de setembro na sala I do Museu da República, de terça a domingo das 9h às 18h.

 

Confira mais fotos dessa matéria no Flickr do Festival: 

https://www.flickr.com/photos/photoagencia/albums

 

Assista a premiação completa no YouTube:

 

 

 

 

 

Compartilhe :

Exposições 2023

Pular para o conteúdo