Através do projeto “Mulheres Luz”, Mônica Maia discute a significância de reconhecer e disseminar o trabalho das mulheres na arte e fotografia.
O Festival Mês da Fotografia se destaca como um evento comprometido com o fomento da arte fotográfica, reconhecendo a importância de colaborar na divulgação dos trabalhos realizados por mulheres. Em um cenário ainda marcado pela desigualdade de gênero, o público feminino muitas vezes encontra escassas oportunidades para se especializar e mostrar suas criações, especialmente no campo da fotografia. Com a determinação de empoderar e dar o devido reconhecimento a esse público, o festival promoveu um evento especial no dia 20 de agosto: um workshop ministrado por Mônica Maia, abordando o seu projeto “Mulheres Luz”.
Mônica Maia, uma renomada editora, curadora e produtora cultural, é a criadora do projeto Mulheres Luz. Esta iniciativa dedicada a obras produzidas por fotógrafas e artistas ganha destaque pela sua busca incessante por proporcionar visibilidade à expressão feminina nas artes visuais. Sócia da DOC Galeria e produtora da Mostra SP de Fotografia, Mônica também é fotógrafa e editora da Agência Estado, sendo inclusive a primeira brasileira a integrar o júri do World Press Photo. Sua atuação também engloba a curadoria no Programa Nova Fotografia do MIS-SP, assim como a gestão de instituições renomadas no cenário fotográfico.
O projeto Mulheres Luz, não apenas destaca e promove o trabalho de artistas mulheres, mas também serve como uma plataforma de conexão e colaboração dentro da indústria fotográfica. Além de fotógrafas, o projeto reúne professoras, mestres em fotografia, jornalistas e curadoras, formando uma rede diversificada e rica em conhecimento. Um dos objetivos futuros da plataforma é resgatar e reconhecer o trabalho de mulheres que, ao longo da história, não tiveram a devida visibilidade.
Ao refletir sobre sua trajetória como fotojornalista, Mônica Maia compartilha a percepção de que o papel das mulheres na fotografia muitas vezes foi subestimado ou ignorado. Durante a pandemia, a ideia de investigar o legado das fotógrafas brasileiras ganhou força. Foi então que Mônica identificou que as mulheres não eram reconhecidas e não era dado o devido mérito aos trabalhos realizados por elas. destaca que em períodos passados, como nas décadas de 80 e 90, apenas 7% das mulheres fotógrafas eram mencionadas, apesar de suas contribuições significativas.
A participação no Festival Mês da Fotografia representa para Mônica Maia não apenas uma crença no fomento e formação da arte, mas também uma oportunidade de ampliar o conhecimento e a conscientização sobre o trabalho das mulheres na fotografia. Ela enxerga o Festival como um ambiente que conhece novas talentosas fotógrafas, compartilha saberes e nutri um aprendizado mútuo.
Em um mundo onde as vozes femininas frequentemente são negligenciadas, o Festival Mês da Fotografia e o projeto Mulheres Luz destacam-se como fomentadores do empoderamento e igualdade, reafirmando que cada imagem capturada por uma mulher é um testemunho poderoso da sua visão única e das histórias que merecem ser contadas.
Confira mais fotos dessa matéria no Flickr do Festival.
